domingo, 15 de junho de 2008

Seja um Fernão Capelo Gaivota

Tenho que escrever sobre isso........ter que enfrentar a realidade do mundo...
Quando digo isso...não é com pesar...mas com o fato de como perdi oportunidades de empregos, de ter uma melhor condição financeira para minha filha, perder amigos, ou ter amigos que apenas sentem pena de você, de ter que enfrentar toda a sorte de preconceitos por ficar fora dos padrões sociais....

Hoje, consigo encarar tudo isso com uma força sobrenatural, desenvolvi respostas prontas, e finalmente adotei a teoria da VaKa.....ou seja...cagar e andar para todos....
Outro dia...conversando com uma das pessoas que mais adoro e admiro neste mundo, me surpreendi com algumas colocações tipo....só você é assim....só no mundo de emilia as coisas são assim.....a maioria das pessoas tem preconceitos.....criam estereótipos.....

Eu fiquei, sinceramente, em estado de choque.....mas é porque esqueci que já menti que tinha filho para arrumar emprego, esqueci quantas vezes deixei de ser convidada para festas de casamento, batizados, churrascos familiares....por não ser uma "moça de familia", ser olhada como uma anormal, de ter que provar todos os dias que sou uma boa profissional, de ter que provar todos os dias que sou uma boa mãe, e de como todos ficam na expectativa de seu erro....

mas......hoje sou livre....sou o que sou.....embora ainda me irrite com as formalidades sociais, com comentários maldosos....por ser "diferente".....crio minha filha sem pré-conceitos, com liberdades de escolhas, e tenho certeza....que mais acerto do que erro, que sou muito....muito melhor do que muitas mães "dentro de padrões" que vejo por ai.
Assim como você.....a melhor pessoa que conheci, não deve e realmente não precisa provar nada para ninguém, é o melhor, é tudo...mas deve ser quem é...sempre!!!

Vou te dedicar essa história, que li quando ainda era criança...tipo uns dez anos...sempre me senti diferente, sempre me senti fora dos padrões, punk aos quatorze, executiva aos dezenove, noiva aos vinte e dois, intelectual aos quatro anos...e definitivamente.....livre....... emilia.....para sempre......sou fora de padrões...e quem quizer.....que me aceite assim...quem não quizer...que vaze.....
Fernão Capelo Gaivota...
Richard Bach

"Para aqueles que inventaram suas próprias leis, quando sabem ter razão...
Para aqueles que tem um prazer especial em fazer coisas bem feitas.....
....nem que seja só para elas....
Para esses o medo jamais será um obstaculo....."
Numa praia, havia uma porção de gaivotas em busca de seu alimento enquanto apenas uma, sozinha, tentava voar de maneira diferente das outras, de uma forma muito especial mas não conseguia, caia. Só que nunca desistia! Tentava voar cada vez melhor!
Quando finalmente conseguiu, descobriu o quanto se amava e o real sentido de viver!
Descobriu que podia aprender a voar, ser livre!

Agora o importante não era receber elogios por sua vitória, queria apenas partilhar com seus amigos o que havia descoberto. Mas eles só lembravam de comer os restos deixados pelos pescadores, migalhas de pão e peixes velhos - pela metade.

Assim não deram importância ao amigo Fernão Capelo Gaivota, que por sua insistência em fazê-los o ouvir acabou por ser excluído do grupo, tendo que viver sozinho em um lugar muito distante.

Mas nem isso fazia Fernão ser triste. O que o entristecia era ver que seus amigos não queriam aprender a voar, aprender a ser feliz, aprender a pegar peixes frescos em cada mergulho magnífico que podiam dar.

Descobriu que o medo e o tédio são as razões porque a vida de uma gaivota é tão curta, e sem isso a perturbar-lhe viveu de fato uma vida longa e feliz.
Quando foi para uma terra longínqua conheceu Henrique que lhe ensinou muitas coisas! Porém seu mestre Henrique foi embora, coube então a Fernão Capelo Gaivota a missão de ensinar as novas gaivotas como voar.

Foi no momento em que estas gaivotas pequenas ficaram um pouco maiores, que ele percebeu que já haviam aprendido o necessário e que podiam continuar sozinhas. Então, mesmo ainda sem permissão resolveu voltar para a sua terra, tentando finalmente mostrar a felicidade de voar a seus antigos amigos.

Queria poder ensinar que o paraíso não é em um lugar nem em um tempo determinado , que o paraíso é perfeito, que está ao alcance de todos. É que basta querer que todos podem ir a qualquer lugar a qualquer momento.

Realizando os vôos que aprendera, voltou próximo a sua terra. Contudo o mais velho do grupo impediu que os demais falassem ou mesmo olhassem para Fernão. Todavia ao perceberam os seus movimentos e lembrando da antiga amizade, foram se aproximando desejando aprender a voar também.

- Pode me ensinar a voar como você? - Perguntou um deles.
- Claro. - Disse Fernão.
E começou a ensinar que o corpo é o nosso pensamento numa forma que podemos visualizar. Então para voar, basta querer! Ensinou tudo o que tinha aprendido com seu mestre amigo Henrique e mais o que aprendera sozinho ensinando as gaivotas mais novas.
- Deu certo! - Gritou uma gaivota ao conseguir voar livremente.
- Dá sempre certo quando sabemos o que estamos fazendo. - Respondeu Fernão. Assim foram passando os dias e ensinando a mais e mais gaivotas. Todas aprendiam! Umas mais devagar, outras mais rápidas, mas todas quando queriam aprendiam.

Quando novamente Fernão Capelo Gaivota percebeu que estava na hora de crescerem sozinhas, partiu para outra terra longínqua a fim de divulgar ainda mais seus movimentos. E assim foi ensinando a quem quisesse ser feliz. Seus discípulos mais tarde fizeram o mesmo, ensinando outras novas gaivotas
Aqui será a areia fina...a falésia...onde, entre voos, poisarei para descansar e meditar, depois voltar a voar entre o azul do mar e o azul do céu.
O LIVRO:
Sinopse
Uma gaivota de nome Fernão, decide que voar não deve ser apenas uma forma para a ave se movimentar. A história desenrola-se sobre o fascínio de Fernão pelas acrobacias que pode modificar , e em como isso transtorna o grupo de gaivotas do seu clã. É uma história sobre liberdade, aprendizagem e amor.

Parte I
A primeira parte do livro mostra o jovem Fernão Capelo Gaivota frustrado com o materialismo e o significado da conformidade e da limitação da vida de gaivota. Ele é tomado pela paixão pelos vôos de todos os tipos, e sua alma decola como os seus experimentos e emocionantes triunfos de ousadia e feitos aéreos. Eventualmente, a sua falta de conformismo à limitada vida de gaivota leva-o a entrar em conflito com o seu bando, e os virar contra ele. Ele torna-se um maldito. Não por isso, Fernão continua seus esforços para atingir objetivos e vôos mais altos, muitas vezes bem sucedidos, mas eventualmente sem conseguir tanto quanto desejaria. Ele é, em seguida, encontrado por duas radiantes gaivotas que explicam-lhe que ele já aprendeu muito, e que agora elas estão lá para ensinar-lhe mais. Ele então passa a segui-las.

Parte II
Na segunda parte, Fernão transcende a uma outra sociedade onde todas as gaivotas desfrutam da paixão pelo vôo. Ele só é capaz de praticar essa habilidade após duras horas de muito treino de vôo. Nesta outra sociedade, o respeito real surge em contradição com a força coercitiva que estava mantendo o antigo bando junto. O processo de aprendizagem, que liga os professores altamente experientes aos aluno delicados, é aumentado a quase um nível sagrado, sugerindo que esta pode ser a verdadeira relação entre homem e Deus. O autor considera que certamente humano e Deus, independentemente de todas as enormes diferenças, estão compartilhando algo de grande importância que podem vincular-los juntos: "Você tem de compreender que uma gaivota é uma ilimitada idéia de liberdade, uma imagem da Grande Gaivota ". Ela sabe que você tem que ser fiel a si mesmo.

Parte III
A introdução à terceira parte do livro é composta pelas últimas palavras da professora de Fernão: "continuar trabalhando para amar". Nesta parte Fernão entende que o espírito não pode ser verdadeiramente livre, sem a capacidade de perdoar e, o caminho do progresso passa pela capacidade de tornasse um professor - e não somente pelo do trabalho árduo como um aluno. Fernão volta para o antigo bando para compartilhar suas idéias e as suas descobertas recentes e grande experiência, pronto para a difícil luta contra as atuais normas da referida sociedade. A capacidade de perdoar parece ser uma obrigatoriedade para a condição de passagem.

"Vocês querem voar tão grande a ponto de perdoar o bando, e aprender, e voltar a eles um dia e trabalhar para ajudá-los a se conhecer?" Fernão pergunta ao seu primeiro estudante antes de iniciar as conversações. A idéia de que os mais fortes podem atingir mais por deixar para trás os mais fracos amigos parece totalmente rejeitada.

Daí, o amor e o perdão merecem respeito e parecem ser igualmente importantes para libertar-se da pressão de obedecer às regras apenas porque são comumente aceitas.
tipo assim: 5000 "pousaram" por aqui!!

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